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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Crise no Egito

Atualizado em 17 de agosto de 2013, às 18:00h (horário de Brasília)

Ver também: O que está acontecendo no Egito?


O dia 14 de agosto de 2013 foi marcado pela violência entre apoiadores do presidente deposto Mohammed Mursi e as forças armadas.
Mursi foi eleito presidente em junho 2012, nas primeiras eleições democráticas na história do Egito. Em 3 de julho de 2013, após meses de deterioração da situação política, as forças armadas derrubaram o presidente.

Em meados de julho de 2013, apoiadores de Mursi se reuniram em torno da Mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste do Cairo, exigindo a renúncia do atual governo e o retorno de Mursi à presidência. Por sua vez, o governo vinha demandando que os protestos terminassem, mas os manifestantes não abandonavam o local nem deixavam de marchar pelas ruas da capital. Então, no dia 14, o Exército chegou por volta das 7 da manhã e abriu fogo contra a multidão, matando vários manifestantes. No momento, os números divergem. Integrantes da Irmandade Muçulmana alegaram que mais de 2.000 pessoas foram mortas. A última declaração oficial apontou 638 mortos, 43 dos quais eram policiais, e mais de 4.000 feridos.


O governo decretou estado de emergência por um mês que entrou em vigor às 16h (horário local, 11h pelo horário de Brasília).
Por conta da explosão de violência, o Vice-Presidente interino, o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed El-Baradei, renunciou. O grupo Tamarod (Revolta), oposto a Mursi, declarou repúdio pela renúncia de El-Baredei, que segundo o grupo, fugiu de suas responsabilidades.
Os Estados Unidos declararam que a violência era "deplorável" e anunciaram que estão analisando a ajuda militar ao Egito.
Outros atores internacionais também condenaram a ação militar. União Europeia, Nações Unidas, França, Grã-Bretanha, Irã, Turquia, Japão, Itália, Catar, dentre outros, demandam urgentemente que todos se abstenham de usar a força e busquem uma solução negociada. Por outro lado, a Arábia Saudita manifestou apoio aos militares.
Enquanto isso, no dia 15, integrantes da Irmandade Muçulmana passaram para a ofensiva. Milhares de manifestantes voltaram às ruas, em várias cidades do país, afrontando o estado de emergência proclamado no dia 14, além de incendiarem um prédio governamental no distrito de Gizé, no Cairo.
No dia 16 de agosto, a Irmandade Muçulmana convocou seus seguidores para se manifestarem no que chamaram "Dia de Fúria". Apoiadores de Mursi saíram às ruas por todo o país. Houve confrontos  entre manifestantes e policiais no Cairo, em Alexandria, Ismailyya, Damietta, Port Said e Tanta.
No dia 17, forças militares governamentais fizeram um assalto à Mesquita Al-Fatah, próxima à Praça Ramsés, no Cairo, onde apoiadores de Mursi estavam entrincheirados desde o dia anterior.
Fontes do Ministério da Saúde do Egito divulgaram que o número de mortos nos confrontos dos dias 16 e 17 chegou a 173.
A situação no Egito permanece profundamente grave.

Ver também:
O que está acontecendo no Egito?
A nova Constituição do Egito
Lei e política no Egito
O futuro do Egito

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